segunda-feira, 7 de setembro de 2015

CATIVAR e SER RESPONSÁVEL não são atos de egoísmo!



             Neste feriado de 7 de setembro de 2015, tive a oportunidade de assistir com a minha família ao filme O Pequeno Príncipe. Não é de hoje o me encantamento por esse livro do renomado Antoine de Saint - Exupery, cuja leitura já fiz em diferentes faixas etárias de minha vida. Já passei da fase do que é apenas concreto na obra literária e vislumbro algumas interpretações mais profundas dela.
               Há poucos dias, no entanto, ouvi um comentário de uma celebridade do mundo religioso que muito me inquietou. Na verdade, isso tem me feito pensar demasiadamente sobre o assunto. Essa pessoa, ao ser entrevistada, comentou que a frase "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" é bastante egoísta, centralizadora. Cheguei a pensar: Será que sou egoísta por concordar tanto com o autor desta frase?
                   No entanto, eu a vejo de uma maneira diversa desse comentário. Entendo que essa frase tenha a intenção de mostrar a importância de se criar e fortalecer os laços humanos, assim como descreve o próprio livro, Não vejo como uma transferência de responsabilidade para o outro.
                   O que vejo é sim a necessidade de mostrar aos seres humanos que cativar não é um ato tão simples, mas algo profundo e sério no campo das emoções. Quando você cativa alguém, dentro de si, há uma responsabilidade sim, a de entender que a comunhão mais intensa entre os  humanos se firmou. Significa dizer também que essa união de pensamentos, ideias, sentimentos e ações foram recíprocas. 
                     Pode o tempo passar, as distâncias separarem os corpos; contudo, quem um dia foi cativado, não por obrigação, mas por força do amor e da amizade se sentirá responsável pelo outro ser. Essa responsabilidade é natural, não se dá no campo da obrigação. Essa responsabilidade é mostrada no constante desejo de que, em qualquer lugar, essa pessoa seja feliz, tenha sucesso, saúde e viva melhor.
                    Essa responsabilidade é proclamada pelo coração, não imposto. Naturalmente, se somos cativados verdadeiramente, teremos o maior cuidado com a pessoa cativada, tentaremos sempre fazê-la se sentir bem; através de um sorriso, de um telefonema, de um e-mail, de uma mensagem de aniversário, um abraço, um cartão, um desejo de reencontro, uma oração... E mais, essa responsabilidade não é apenas na presença física. Ela se configura muito mais no campo dos sentimentos!
                       Já me tornei responsável eternamente por muitos que cativei. Isso não me foi imputado como fardo, mas como a leveza e a graça da empatia. Não me canso pelo fato de desejar e pedir ao Supremo Poderoso por tantas Veras Lúcias, Brunas, Rogérios, Donizeths, Andreias, Elens, Marias Ritas, Evas e tantos outros que guardo aqui na caixa da memória e no centro do coração.
                     Sim, eu me torno responsável eternamente por eles, porque um dia souberam me cativar! Eles não me pesam. Eles não são egoístas. Fui eu mesma que quis abrir a porta para eles morarem dentro de mim!



                     

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